quarta-feira, 25 de janeiro de 2012



3h30 da madruga. Paris, França.
Estava sentada em minha varanda, pronta para as brisas da madrugada que tomam Paris.
Estava me sentindo tão vazia por dentro, que um súbito medo me subiu. Achei que a brisa me levaria junto com ela, de tão vazia que estava. Me sentia uma folha seca.
Aquela imagem maravilhosamente apaixonante de nós dois nos olhando em frente a torre, oh minha querida e odiada torre Eiffel não saia da minha mente. Eu vi flashes, incríveis em nossa direção. Acho que não fomos os únicos as nos apaixonarmos novamente quando nos vimos ali,naquele lugar.Não sou de me achar bonita, mas eu estava incrivelmente linda naquele vestido vermelho, tenho de admitir que não me reconheci ao espelho, e você, oh, você não poderia estar mais encantador. Eu me apaixonei novamente quando vi seus olhos brilhando. Você estava tão elegante, você era tão meu naquele momento, parecia a primeira vez que nos vimos. Aquilo tudo era tão mágico, era um momento só nosso. Paris era só nossa naquele instante. Foi estonteante na verdade. Eu só me pergunto o que deu errado, se  estávamos tão bem.
Já são quase 04h00, e eu perdi mais meia hora de vida com essas lembranças. Talvez tudo aquilo era surreal demais, para ser real. Talvez aquilo só era nosso, eu quero dizer, nós dois só eramos nossos naquele momento, e jamais seremos de novo. Acho que vou te ligar, na verdade eu preciso te ligar, eu não posso me sufocar sozinha.
- Estou com a nossa foto na mão.
- Que.... Você?
- É, eu sim. me desculpe o horário, eu sei que é tarde.. sua voz é de sono, mas uma vez me desculpe.Eu precisei te ligar, eu preciso da sua voz .. eu não posso me sufocar sozinha. O que houve com nós dois? Porque acabou, se estávamos tão bem. Paris era nossa aquela noite. Eu era tão sua. E você era tão meu. Qual foi o problema? O que eu fiz? Foi eu que fiz? Me culpo todos os dias por ter te deixado e alimentado esse sentimento. Eu te peço,me explica? - lágrimas incontroladas rolam pelo meu rosto.-
- Não foi, não foi você. Foram uma série de fatores inumeráveis que nos deixou assim, nesse estado. Eu só te digo que alimento ao nosso amor todos os dias, a todos os minutos. Eu não consigo mais ficar longe de você, eu te quero de volta. Mas como?
- Onde você está?
- Paris ainda. Porque?
-Me encontre na torre. Coloque a mesma roupa da ultima noite. Quero tirar a prova real, por favor. Um beijo.
Então eu desliguei, sem esperar sua resposta, assim é melhor. Não há tempo para rejeição agora.
Quero ficar impecável exatamente como na ultima vez que nos vimos. Eu quero estar apaixonadamente linda e estonteante para ele, só para ele. Quero ser dele, e ele meu. Quero que Paris e o mundo seja nosso, de novo.
Não estou emocionalmente pronta, mas acho que já posso ir.
Flashes da minha infância,infância feliz que tive vem a minha memória enquanto estou no carro.É como se tudo que vivi não fosse eu, é como se eu fosse coadjuvante de todas as histórias que foram minhas até o momento de encontra-lo. Memórias de nosso amor vem a minha mente, e aí eu me vejo como protagonista da minha história.
Subo ao elevador da torre, sinto tanto ao mesmo tempo.. lamento, sorrio, choro.. eu fico sem ar.
Cheguei. Resolvi por impulso de uma amante de Paris, encostar na beirada da torree olhar.. admirar tudo aquilo, tão lindo, tão romântico, tão apaixonante.
- Malditas lágrimas, malditas borboletas que insistem em se mexer ai, mesmo sem sua presença.
Foi então, depois dessas palavras que sinto uma abraço por trás. Um abraço conhecido. Um abraço amoroso. O meu abraço, os meus braços, eu sinto-o com todas as coisas que são minhas. Viro-me. O momento não pode ser mais lindo. Estávamos como no primeiro dia, e no ultimo dia. O desejo transparecia, e ao som de um murmurio palavra que tento dizer, ele me cala com seu beijo. É como se tudo que sofri tivesse indo junto com as brisas de Paris. Nós eramos um do outro, de novo. É como se tudo voltasse ao seu eixo. Eu voltei a ser a protagonista, e não a coadjuvante.
                    deep b,

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